terça-feira, 25 de março de 2014

Liturgia Sacramental

Catequistas, aqui vai uma otima formação sobre os Sacramentos da Igreja, vele a pena da uma lida e absorver o maximo desta catequese feita por Dom Henrique Soares da Costa.

Um forte abraço,

Matheus Pinto.

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O Batismo

- Pelo Batismo somos regenerados pelo Espírito do Cristo para uma vida nova, recebemos o perdão dos pecados, no Filho Jesus somos feitos filhos de Deus Pai e participantes da natureza divina. Participando da morte e ressurreição do Senhor Jesus, somos incorporados a ele, tornando-nos membros do seu Corpo, que é a Igreja. No Batismo o Espírito do Ressuscitado vem habitar em nós (e com ele, o Pai e o Filho): tornamo-nos templo da Trindade.
Tornamo-nos também membros do povo sacerdotal, participando do único sacerdócio de Cristo.
-Características:
* ministro: ordinariamente um ministro ordenado; extraordinariamente, qualquer pessoa, batizada ou não, desde que deseje fazer o que a Igreja faz.
* elementos essenciais: a água e a fórmula «Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».
* outros elementos: o óleo dos catecúmenos (significa a graça de Cristo que penetrará na vida do novo cristão), o óleo do Crisma (significa participação do batizado na unção messiânica de Cristo, ungido com o Espírito Santo), a vela (significa a luz de Cristo, que nos ilumina pela fé), a veste branca (significa a pureza concedida pelo perdão de todos os pecados graças à Páscoa de Cristo).

A Confirmação

- Também chamado «crisma» porque é conferido pela unção com o Santo Crisma. Confere o Espírito Santo como força de Deus para o testemunho do Evangelho, vinculando-nos mais perfeitamente à Cristo e à sua Igreja. Obriga-nos ao testemunho e à difusão da fé, tornando-nos enviados pelo Senhor a anunciar o Evangelho.
-Características:
* ministro: ordinariamente, o Bispo; extraordinariamente, um sacerdote indicado pelo Bispo.
* elementos essenciais: a imposição das mãos e a unção com o óleo do Crisma, acompanhada das palavras: «Recebe por este sinal o Espírito Santo, Dom de Deus».

A Penitência

- Na Igreja Antiga a Penitência era chamada «segundo batismo». Até o século VI era concedida uma só vez na vida e de modo público, numa celebração presidida pelo Bispo, como renovação da graça batismal. Posteriormente, a Igreja permitiu o costume introduzido pelos monges irlandeses da confissão repetida e auricular.
- O Sacramento da Penitência é a atuação da força redentora da Páscoa do Senhor. Por ele, que infunde continuamente o seu Espírito Santo sobre a Igreja, o Pai nos reconcilia consigo, perdoando-nos os pecados.
Isto aparece claramente na fórmula de absolvição: «Deus Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição do seu Filho reconciliou o mundo consigo, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».
- Características:
* ministro: o Bispo ou o sacerdote.
* elementos essenciais: o reconhecimento dos pecados, o arrependimento sincero, o desejo de não mais cometê-los, a confissão clara e total dos mesmos, a satisfação (a penitência dada), a absolvição do sacerdote em nome de Deus e da Igreja.

O Matrimônio

- O Matrimônio é um contrato tão antigo quanto a humanidade. Faz parte do plano de Deus, como expressão do amor entre um homem e uma mulher, sinal do próprio amor de Deus.
Entre batizados, Cristo Senhor quis elevar esse contrato à dignidade de sacramento, de sinal eficaz do seu amor: Cristo é o Esposo da Igreja, que é sua Esposa:
* «Quem tem o esposo é a esposa; mas o amigo do esposo, que está presente e o ouve, é tomado de alegria à voz do esposo. Essa é a minha alegria e ela é completa» (Jo 3,29).
* «Por acaso podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado...» (Mt 9,15).
* «Vós, maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra... Assim também os maridos devem amar as próprias mulheres, com o seus próprios corpos. Quem ama sua mulher ama-se a si mesmo, pois ninguém jamais quis mal à sua própria carne, antes alimenta-a e dela cuida , como também faz Cristo com a Igreja, porque somos membros do seu Corpo. Por isso deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se ligará à sua mulher, e serão ambos uma só carne. É grande este mistério (sacramentum): refiro-me à relação entre Cristo e a sua Igreja» (Ef 5,21-33).
- Assim, pelo sacramento do Matrimônio, Cristo Senhor, infunde o seu Espírito de amor sobre o amor humano, de modo que este passe a significar o amor esponsal entre Cristo e sua Igreja.
- Características:
* ministro: os cônjuges, que administram um ao outro o sacramento.
* elementos essenciais: a firme convicção de indissolubilidade, monogaminidade e fecundidade da relação matrimonial.
* importante para a validade: a Bênção e testemunho de um ministro autorizado pela Igreja: Bispo, sacerdote, diácono ou, extraordinariamente, um leigo.
* o matrimônio é realizado através do consentimento de ambos: «Eu te recebo... e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te... todos os dias da nossa vida».
* a aliança recorda o amor de aliança entre Deus e seu povo, entre Cristo e sua Igreja, entre marido e mulher.

A Ordem

- É o Sacramento pelo qual um batizado, membro do Povo sacerdotal, recebe do Espírito do Senhor ressuscitado que o configura a Cristo Cabeça e Esposo da Igreja para a edificação do Corpo de Cristo e a glória de Deus Pai. Aquele que é ordenado é configurado a Cristo Mestre, Sacerdote e Pastor da sua Igreja, tendo o múnus de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus.
Este sacramento, sendo um só, é participado de três modos diversos, conforme o grau:
- primeiro grau é o Episcopado: recebendo o sacramento, o ordenado entra no Colégio Episcopal que sucede ao Colégio Apostólico. O Bispo é sucessor dos Apóstolos. Torna-se, na sua Igreja particular, vigário de Cristo Pastor, Mestre e Santificador. Ele deve amar a Igreja como Cristo a ama: como sua Esposa. O anel episcopal recorda precisamente isto.
- segundo grau é o Presbiterato: o que recebe este grau do Sacramento da Ordem é configurado a Cristo Mestre, Santificador e Pastor do seu Povo como cooperador da Ordem episcopal. O Presbítero é subordinado ao Bispo e, pelo Sacramento, faz parte do Presbitério da Igreja local.
- terceiro grau é o Diaconato. Quem recebe este grau não é sacerdote. É ordenado para o serviço do Altar e da caridade. Os diáconos são cooperadores do Bispo e, por determinação sua, dos presbíteros.
- Características:
* ministro: o Bispo. Para a ordenação episcopal, ao menos três bispos.
* quem pode ser ordenado: qualquer batizado do sexo masculino. É doutrina definitiva e vinculante da Igreja católica que o sacramento da Ordem, por vontade de Cristo e Tradição apostólica, não pode ser conferido às mulheres.
* elementos essenciais: a imposição das mãos e a oração consacratória.
* outros elementos: a unção com o óleo (nas mãos, para o padre; na cabeça, para o bispo), a entrega dos instrumentos (a Escritura Sagrada, para o diácono; o cálice com vinho e a patena com o pão, para o padre; o báculo, o anel e a mitra, para o bispo).

A Unção dos Enfermos

- Por este Sacramento o cristão que atravesse um momento de prova física, ou por doença, ou por idade avançada, recebe de Cristo a força do Espírito Santo para que possa viver seu momento de dor unido à Cruz do Senhor pelo bem do seu Corpo, que é a Igreja. O cristão faz, assim, da sua dor, um modo fecundíssimo de participar da Páscoa do Senhor Jesus.
- Características:
* ministro: o Bispo ou um sacerdote
* elementos essenciais: a unção com o óleo dos enfermos e a oração da Igreja
* outros elementos: é recomendável que quem recebe este Sacramento receba também o Sacramento da Penitência e a Comunhão eucarística - se o estado do enfermo for grave deverá recebê-lo em forma de viático (ou seja, a comunhão é levada em casa).

Conclusão

- Pelos sacramentos os cristãos participam sempre do mistério da morte e ressurreição de Cristo, da sua Páscoa... em cada sacramento sob um aspecto diferente:
- pelo Batismo é configurado à Cristo morto e ressuscitado, nascendo para uma vida nova pela potência do Espírito;
- pela Confirmação recebe a força Espírito do Ressuscitado para testemunhá-lo no seu mistério pascal;
- pela Penitência morre para o pecado e renasce para a vida da graça, experimentando os efeitos redentores da Páscoa do Senhor;
- pelo Matrimônio testemunha o amor pascal que Cristo, na morte e ressurreição, manifestou à sua Igreja;
- pela Ordem é configurado a Cristo Esposo e Cabeça da Igreja, que a ela se entregou na Cruz e a vivifica pela sua ressurreição;
- pelo Unção dos Enfermos recebe a graça de participar do sofrimento pascal do Senhor.
- Assim, o cristão participa da oferta pascal que Cristo apresentou ao Pai como sacerdote na Nova Aliança. Em outras palavras: cada vez que o cristão recebe um sacramento participa do exercício do sacerdócio de Cristo Jesus, no Espírito Santo, para a glória do Pai.
- OBS.: Para uma catequese completa sobre os Sacramentos é indispensável ler o Catecismo da Igreja Católica nn. 1210-1690.

3 - A Eucaristia

Visão geral

- O Sacramento da Eucaristia é o sacramento por excelência. A palavra eucaristia significa «ação de graças». Na celebração eucarística os cristãos fazem memorial da Páscoa de Cristo Jesus, tornando presente o mistério da entrega que Cristo fez de si ao Pai para a salvação do mundo inteiro através da sua paixão, morte, ressurreição, ascensão ao céu e do dom do Espírito Santo.
Assim, cada vez que se celebra a Eucaristia torna-se presente a nossa salvação. Nesta santa celebração a Igreja apresenta ao Pai a Páscoa do Filho, tornada presente pela força do Espírito Santo. Ponto alto da celebração são o momento da epíclese (invocação do Espírito para transformar as espécies no corpo e sangue de Cristo) e da anámnese (recordação da entrega que Cristo fez na Última Ceia, transformando o pão no seu Corpo e o vinho com água no seu Sangue).
- Recebendo o Corpo do Cristo ressuscitado, pleno do Espírito Santo, nós somos divinizados, santificados, tornamo-nos, no Espírito Santo, uma só coisa com o Senhor Jesus e, nele, uma só coisa uns com os outros. É por isso que pode-se dizer que a Eucaristia faz a Igreja.
- Na Eucaristia o Senhor está presente na sua Palavra, no Celebrante, na Assembléia, mas, sobretudo nas espécies do pão e do vinho.
- A Eucaristia é a mais intensa ação de Cristo que, por nós e conosco agradece, louva, suplica, pede perdão ao Pai na potência do Espírito Santo.
- A Eucaristia é também fonte da atividade missionária da Igreja, pois celebrando a Páscoa do Senhor, escutando a sua Palavra e alimentados com o Pão eucarístico, somos impelidos a anunciá-lo até que ele venha.

História e estrutura da Eucaristia

- No início a Eucaristia era celebrada pelas casas e chamava-se «fração do pão». Primeiro fazia-se uma refeição em comum chamada «ágape». Rezava-se e lia-se um texto do AT; o presidente fazia uma homilia. No final, o presidente da celebração pronunciava a bênção de ação de graças (eucaristia) sobre o pão e o vinho em memorial do que o Senhor fez. Tal modo de celebrar desapareceu cedo devido aos abusos: uns iam só para comer, enquanto outros passavam fome (cf. 1Cor 11,17-34).
- Ainda no final da época apostólica já aparecia claramente na celebração eucarística as duas parte essenciais: a Liturgia da Palavra, na qual se recordava as maravilhas de Deus, cumpridas na missão e na Páscoa de Cristo e a Liturgia Eucarística, na qual tudo quanto foi anunciado tornava-se presente ao tornar-se presente a Páscoa do Senhor no pão e no vinho. Lc 24,13-35 é um exemplo disso: esta passagem é uma catequese sobre a Eucaristia: os discípulos tristes no caminho escutam a Palavra do Senhor que lhes explica as Escrituras a seu respeito; depois partem o pão. E na Palavra e no Pão partido reconhecem o Senhor!
- Devido a esse gesto de «dar graças» a celebração vai cada vez mais sendo chamada Eucaristia. No fim da era apostólica, com o início das perseguições e o aumento do número de cristãos, celebrava-se a Eucaristia na madrugada do Domingo (dies Domini = dia do Senhor). Na noite do sábado para o domingo os cristãos se reuniam. Cantava-se, liam-se textos da Escritura (AT) e as memórias dos Apóstolos (NT). Entre uma leitura e outra, aquele que presidia explicava os textos sagrados, relacionando tudo com Cristo. Quando o sol começava a despontar, aquele que presidia pronunciava a eucaristia (=a ação de graças) sobre o pão e o vinho. Depois todos comungavam e os diáconos levavam as espécies consagradas aos que não puderam participar. As pessoas traziam também donativos para os pobres; estes donativos eram recebidos pelo que presidia e entregue aos diáconos, que os distribuíam.
Em Roma, a Eucaristia era celebrada nas catacumbas, pois os pagãos tinham medo de entrar aí pela noite. Em geral celebrava-se sobre o túmulo de um mártir, pois este, derramando seu sangue, uniu-se ao sacrifício de Cristo, tornando-se uma eucaristia viva. Daí vem o costume de colocar sempre dentro do altar relíquias de mártires ou de outros santos.
- Com a liberdade da Igreja, a Eucaristia começou a ser celebrada nos templos e passou a ter uma maior solenidade: o presidente agora usava paramentos e as palavras a serem pronunciadas passaram a ser fixadas no missal. Na Idade Média começou-se a chamar a Eucaristia de Missa. Esta palavra vem do latim missio, que significa missão; ou seja, celebrar a Eucaristia é cumprir a missão que o Senhor nos confiou até que ele volte e, ao mesmo tempo, anunciá-lo ao mundo.

Características

- Ministro: o Bispo e os presbíteros. Não existe ministro extraordinário da Eucaristia! Existem, sim, ministros extraordinários da comunhão eucarística! Estes podem exercer seu ministério somente na sua Paróquia quando convidado pelo padre.
- Elementos essenciais: o pão sem fermento, o vinho e a água.
- Sendo de origem apostólica, a estrutura da Eucaristia não pode ser mudada nem mesmo pela Igreja: tem de ter a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística.
- Também tem de haver a comunhão, ao menos do presidente. Participar da Eucaristia sem comungar é algo extremamente aberrante... mais que ir a um banquete e não participar da refeição!

Características atuais da Celebração eucarística

- ESTRUTURA
I - LITURGIA DA PALAVRA » acolhida» ato penitencial
» glória
» coleta
» I leitura
» salmo
» II leitura
» aleluia
» evangelho
» homilia
» credo
» oração dos fiéis
II - LITURGIA EUCARÍSTICA » apresentação das ofertas» oração
ORAÇÃO EUCARÍSTICA: » prefácio
» epiclese
» anámnese (memorial, consagração)
» intercessões
» doxologia
RITO DA COMUNHÃO: » Pai-nosso
» rito da paz
» fração do Pão
» comunhão da assembléia
» silêncio sagrado
» oração após a comunhão
RITOS FINAIS: » eventuais avisos
» bênção
» despedida

4 - Como preparar a celebração eucarística

O local da celebração

- Sendo a Eucaristia ação sagrada por excelência, não deve ser celebrada em qualquer local. O ambiente normal da celebração é o templo. Somente extraordinariamente pode ser celebrada fora da igreja e, nas residências, somente com licença expressa do Bispo.
- O ambiente da Eucaristia deve:
* ser digno: limpo, bem conservado, iluminado, ornamentado com bom gosto e simplicidade;
* ter um altar coberto com uma toalha sempre de cor branca. Não se deve usar uma mesa qualquer para a Eucaristia! A toalha deve ser, sempre que possível, de linho e de forma retangular. No altar devem-se colocar sempre duas velas e, nele ou a seu lado esquerdo, um crucifixo. Caso se coloquem flores, devem ser poucas e discretas, de modo a não tomarem a frente das oferendas. No altar deve também estar o missal, aí colocado depois que o padre o tiver marcado na sacristia.
* ter sempre uma estante (ambão) para a leitura da Palavra de Deus no lado direito do altar. Assim como é indispensável a mesa do Pão eucarístico, é também indispensável a mesa do Pão da Palavra! Do ambão são feitas as leituras e o salmo (que faz parte da liturgia Palavra e não pode ser modificado ou substituído por um canto de meditação), a proclamação do Evangelho e a oração dos fiéis. Na estante deve estar o lecionário (livro de leituras). Nunca se deve fazer as leituras da missa pelo jornalzinho. Também não é correto fazê-la na Bíblia. O comentarista não deve fazer os comentários no ambão...
* ser preparada do lado direito uma mesinha (credência) coberta de branco. Na credência devem estar:
= o cálice com o sanguinho (o pano que serve de guardanapo),
= a patena (de preferência funda) com a hóstia grande e uma porção de partículas,
= o corporal (pano grande e quadrado, dobrado, que é forrado sobre o altar),
= a pala (pequeno quadrado forrado de branco para cobrir c cálice),
= se necessário, uma âmbula (cálice tampado com as demais partículas que serão consagradas. Também é chamada de cibório),
= as galhetas com vinho e água,
= uma pequena bacia com um jarro com água para o padre lavar as mãos,
= o manustégio (uma toalha para enxugá-las).
* ser preparada uma cadeira digna para o Presidente da celebração. Essa cadeira nunca deve ficar na frente do altar, mas atrás ou a seu lado. A cadeira não deve ter forma de poltrona ou de torno. Os banquinhos para os acólitos não deveriam estar ao lado da cadeira do presidente, mas no canto, para não dar a impressão que estes estão concelebrando canto.
* ser reservado um local para os cantores.

Os participantes da celebração

- Participa da Eucaristia todo fiel batizado. Um não batizado pode assistir, jamais participar, pois não faz parte do Corpo sacerdotal de Cristo.
O sacerdote torna presente Cristo Cabeça; os fiéis são o Corpo sacerdotal do Senhor. Padre e fiéis tornam presentes sacramentalmente o Cristo Total no seu ofício sacerdotal.
- Na celebração cada um tem seu ofício. A regra mestra para participar é esta: cada um faça tudo e somente e que lhe compete. Por exemplo: é errado o padre fazer as leituras ou cantar o salmo: isto compete aos leigos; como é completamente errado um leigo fazer a homilia! Um erro muito comum é os leigos dizerem a oração da paz e a doxologia «por Cristo, com Cristo, em Cristo» - isto compete somente ao padre. O missal explica tudo e, por ser celebração de toda a Igreja, ninguém nem grupo particular nenhum, pode modificar o que é determinado pelo missal! Um padre que quisesse celebrar do seu jeito estaria deixando se ser ministro (servo) da Igreja para ser usurpador, fazendo da Santa Missa a sua «missinha» particular. Os fiéis devem rejeitar um tal comportamento!
- O comentarista não deve fazer também a leitura ou salmo.
- Os acólitos que servem na celebração devem estar digna e modestamente vestidos. O correto é estarem sempre de túnica.

O que se canta, o que se comenta

- Os comentários devem ser breves e claros. Podem-se fazê-los: na introdução, antes de cada leitura, antes da apresentação das ofertas, após a oração pós-comunhão. O comentarista nunca deve anunciar o livro a ser lido (é o leitor quem o fará). Nunca se deve dizer capítulo e versículo da leitura a ser feita ou do salmo a ser cantado. Também nunca se diz “palavras do Senhor”, mas “Palavra do Senhor”.
- Quanto aos cânticos: devem ser sempre litúrgicos. É proibido cantar nas celebrações litúrgicas cânticos profanos! Só se canta um cântico composto especificamente para a liturgia!
No Glória, Credo e Santo deve-se prestar atenção para não se colocar letras que alterem o sentido da oração original; Em outras palavras:
= o Glória deve ser sempre um louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. É errado cantar nessa hora o hino «Glória, glória, aleluia»!
= o Credo deve ter sempre uma clara confissão de fé na Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo e, ao menos, uma alusão a Igreja. O ideal é não mudar a letra do Credo!!!
= o Santo deve ter ao menos a afirmação da santidade de Deus Pai e a proclamação de que Jesus, que vem em seu nome, é bendito.
- Sempre que se canta o canto da paz, deve-se cantar também o Cordeiro.

Como organizar a procissão das ofertas

- Rigorosamente, não se devem oferecer coisas que depois serão retomadas! Isso seria um teatrinho! O que é oferecido deveria ser coisas para a celebração, para a manutenção da Igreja e para ajudar aos necessitados.
A ordem da procissão é a seguinte: primeiro as ofertas que se queiram trazer. Por último o vinho, a água e o pão. Não se traz o cálice vazio, nem as velas, nem a cruz, nem o missal, e muito menos a bacia com o jarro d’água!
As ofertas são entregues ao Padre ou ao Diácono.

Como comungar

- Há somente dois modos de comungar:
* um mais antigo: na mão. O fiel estende as duas mãos, a direita sob a esquerda. O padre coloca o Corpo do Senhor, dizendo: «o Corpo de Cristo»; o fiel toma a hóstia, responde «amém» e comunga, observando se ficou algum fragmento na mão para limpá-lo.
* um modo mais recente: na boca. Após responder «amém», o fiel abre a boca e estira a língua um pouco.
- Quando a comunhão é sob as duas espécies é dada sempre na boca.
- É errado: * ir ao altar e pegar a hóstia. A comunhão deve ser sempre recebida: «Tomai!», disse Jesus!
* pegar a partícula das mãos do padre antes que ele a deposite na palma de nossa mão.

As cores litúrgicas

- De acordo com os tempos litúrgicos e com as festas celebradas, mudam-se as cores litúrgicas. São elas:
- Verde: usada no tempo comum, quando não há nenhuma comemoração especial. Significa a esperança cristã, fundamentada na Ressurreição do Senhor e na sua presença na Igreja: na aparente banalidade da vida, o cristão espera sempre, pois o seu Senhor está presente.
- Branco: usada no tempo do Natal e Pascal, nas festas de Cristo, da Virgem Maria e dos Santos não mártires. Significa a pureza da vida cristã, a fé e a vida nova trazida por Cristo.
- Vermelho: usada na Sexta-feira Santa, na Solenidade de Pentecostes e nas festas dos Santos mártires. Significa o fogo do amor divino doado pelo Espírito que faz, inclusive, derramar o sangue no testemunho de Cristo.
- Roxo: usada nos tempos de penitência: Advento e Quaresma, bem como nas missas exequiais (pelos mortos) e celebrações penitenciais. Significa a sobriedade e o luto de um coração contrito e humilhado.
- Rosa: é facultativa. Trata-se de um roxo mitigado e pode ser usada no Terceiro Domingo do Advento e no Quarto da Quaresma.

Ritos e gestos da celebração

- Eis alguns dos gestos mais significativos:
* abrir os braços: era o modo de rezar dos judeus e dos antigos cristãos
recorda também os braços abertos do Crucificado.
* estar em pé: atitude de atenção, de disponibilidade, de respeito.
* ajoelhar-se: atitude de adoração, de dependência
é a atitude básica do cristão diante do Senhor ressuscitado: diante dele se dobre todo joelho, no céu e na terra (cf. Fl 2,10).
o mesmo sentido tem a genuflexão diante do Santíssimo.
* inclinar-se: sinal de respeito, humildade, dependência, súplica.
- Eis alguns ritos:
* abraço da paz: é o modo tipicamente cristão de saudar-se em Cristo.
na Igreja antiga os cristãos trocavam entre si o ósculo (beijo na face) em sinal da fraternidade em Cristo.
saudar-se em Cristo é desejar ao outro a paz que Cristo nos deu; é também reconhecer que o outro está comigo na mesma Paz, ou seja, na mesma e única Igreja de Cristo.
* a fração do Pão: é um gesto que recorda o próprio nome da Missa.
foi o gesto de Jesus.
Em Roma, o rito chamado “fermentum” adquiriu um significado belíssimo: após partir o Pão consagrado, o Bispo enviava uma partícula para seus presbíteros, que celebravam nas várias paróquias. Esses padres, misturavam esse pedaço com o vinho da missa que eles celebravam, indicando, assim, que a missa celebrada por eles era a mesma do Bispo. Assim, esse gesto significa que a Eucaristia é uma só, é sacramento de unidade!
Atualmente, o rito recorda que ambas as espécies pertencem à única pessoa do Cristo glorioso em sua totalidade: Cristo todo no pão e todo no vinho, vivo, ressuscitado.
 
+Dom Henrique Soares da Costa

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