sexta-feira, 25 de abril de 2014

O “Saber Fazer” na Catequese

O capítulo quinto do Diretório Nacional de Catequese, ao tratar da Catequese como educação na fé, começa falando da pedagogia, do “saber fazer” do próprio Deus. E diz: “Deus, como educador da fé, se comunica através dos acontecimentos da vida de seu povo... Sua pedagogia parte da realidade das pessoas” (DNC 139).

Sabe da vida quem presta atenção nos fatos e nas pessoas. Um(a) catequista desligado do mundo não estaria em condições de usar uma pedagogia que responda às necessidades de seu tempo e de seus interlocutores, mesmo que tivesse um grande conhecimento teórico da tradição, dos mistérios da fé e das próprias disciplinas da educação em geral.

Combinando bem com esse fio condutor inicial, o DNC lembra algo que parece óbvio, mas que tem sido esquecido em muitas situações: “Em vez de ir fornecendo respostas, teríamos que ouvir as perguntas que os catequizandos já trazem...” (DNC 165).  Um encontro catequético, mesmo bem preparado, pode ser resposta a perguntas que ninguém fez nem está interessado em fazer, se antes não estivermos abertos à escuta das pessoas e da nossa realidade. São as inquietações e perguntas das pessoas que abrem a mente e o coração para a resposta religiosa. Mas a pergunta vem primeiro. Mesmo que sejam perguntas tão profundas que não têm resposta imediata, são elas que mantêm aberto o caminho da busca, onde Deus se revela. Saber escutar pessoas faz parte do indispensável acolhimento, sem o qual a Igreja não consegue se tornar atraente e capaz de cumprir sua missão. Mas o/a catequista não precisa só saber escutar individualmente quem está a seus cuidados. É preciso saber escutar o mundo em volta, o universo da comunicação, o momento histórico e a vida da comunidade. Falamos muito em comunicação moderna. Então se diz que a Igreja precisa se expressar via internet, ou na TV. Se ela fizer isso com competência, será muito bom, é claro. Mas estar em dia com a comunicação moderna não é só – e a meu ver nem principalmente – “dar o nosso recado” através dos variados recursos da mídia. É também saber ouvir o que está sendo dito no cinema, nas histórias em quadrinho, na TV, na obra dos grandes poetas e romancistas, na música popular, na fala de jornalistas competentes. A familiaridade com os temas e linguagens aí apresentados dá à catequese abordagens que prendem o interesse e podem facilitar o caminho para a apresentação da proposta evangelizadora. O DNC  dá uma orientação que poderia ser bem mais desenvolvida na formação dos/as catequistas:  “Os bons artistas têm o dom de expressar de forma impactante a experiência humana. A catequese pode aproveitar o talento desses parceiros” (DNC 165).

Há muitas oportunidades para a catequese aprofundar o seu “saber fazer” dentro do próprio ambiente eclesial. Uma comunidade que viva uma verdadeira comunhão e estimule a criatividade dentro da fidelidade ao essencial da mensagem será uma permanente escola de metodologia. O nosso conhecido método ver-julgar-agir-celebrar- rever, mesmo não sendo o único caminho possível, tem uma enorme capacidade de educar o/a próprio/a catequista, ajudando a fazer a interação fé e vida e convidando a um olhar mais atento sobre o que nos cerca. A recíproca também pode ser verdadeira: o comportamento da comunidade inspira o agir dos catequistas e o agir dos catequistas vai transformando também pedagogicamente a comunidade na direção da comunhão, do diálogo, da compreensão da situação vital de cada pessoa, da sensibilidade para a necessária transformação social.

Mas Igreja e sociedade não são dois mundos isolados. Descobrem-se bons modos de fazer catequese ouvindo a própria Igreja (e nossos documentos estão cheios de preciosas indicações) e também ouvindo o mundo secular, conhecendo experiências pedagógicas bem sucedidas, aplicando conhecimentos de ciências humanas. Por isso, o DNC  observa: “Um catequista que gosta de  aprender, também fora do âmbito da Igreja, será mais criativo e terá mais recursos para dar conta da sua missão” (DNC 151).

Alguém poderia perguntar: Não estaremos exigindo demais desse exército de catequistas que já é tão dedicado e tão gratuitamente generoso? Seria realmente pedir demais, se o primeiro beneficiário desse processo não fosse o/a próprio/a catequista. Uma pessoa empolgada pelo permanente aperfeiçoamento do seu “saber fazer” catequético vai se tornar mais competente na vida como um todo, vai crescer mais do que a acomodação  permitiria. E isso é um grande prêmio, que os nossos catequistas bem merecem!

Therezinha Motta Lima da Cruz
Fonte: CNBB

Páscoa!

Símbolos da Páscoa: Atividade para Catequese

Dinâmicas sobre a Páscoa

Olá Catequistas,

    Reuni nesta postagem algumas dinâmicas interessantes e que podemos utiliza-las para ressaltar o sentido da Páscoa.

Mímica de Páscoa
Idade: 7 - 14 anos
Material: Cartões com desenhos/palavras que retratem símbolos da Páscoa.
Objetivo: Discutir o significado da Páscoa. Expressar-se gestualmente.
Jogando:Em uma roda de conversa discutir o significado da Páscoa e de seus símbolos. Esclarecer eventuais dúvidas.
Cada criança deverá retirar um cartão sem que as demais vejam. Um participante por vez realizará mimica que represente seu cartão e as demais tentarão adivinhar o que é.

Pode ser feito em grupo.
**A partir da dinâmica explicar os símbolos e resgatar o sentido real da Páscoa cristã com a leitura do texto bíblico João 20, 1- 18.
   

CAIU EM MIM

Objetivo: Esta dinâmica pode ser considerada um exercício de integração, no entanto, é mais adequada para grupos que já se conhecem, objetivando o lazer e a descontração.

Procedimentos:

1. Orientar para que todos fiquem assentados em círculo;

2. Distribuir papeletas e lápis para cada participante;

3. Cada pessoa escreverá na sua papeleta alguma coisa que o vizinho da direita realizasse. Pode ser qualquer coisa: imitar alguém, cantar uma música, imitar um animal, etc;

4. Deverão assinar o nome nas papeletas

5. O facilitador recolhe todas as papeletas;

6. Após recolher as papeletas, dá o mote: “Aquilo que você quiser para si não deve desejar para os outros… Portanto, o que você escreveu na sua papeleta, quem vai executar é você! (niguém pode se recusar a participar)

             7. Iniciar por voluntários, até que todos tenham concluído

Brincadeira: Coelhinho sai da toca

Formação: Grupos de 3 crianças, duas formam a “toca” e abrigam um “coelhinho” no centro com as mãos dadas e os braços estendidos. As várias tocas com os seus coelhinhos ficam dispersas no terreno, afastadas umas das outras, deixando espaços para as corridas. Sobra um coelhinho sem toca no centro do terreno.

Desenvolvimento: À ordem do líder: “__Coelhinho sai da toca”, os coelhinhos trocam de lugar. O coelhinho sem toca procura encontrar moradia. O coelhinho que sobrar continua o jogo.

 

IRMÃOS

Preparação: Inicialmente as crianças formam pares, os “irmãos”, que se dispõem em duas colunas. Depois de cada uma houver tomado conhecimento do seu “irmão”, cada coluna dará formação a um círculo, com um afastamento de uns dois metros aproximadamente.

Desenvolvimento: Os dois círculos giram, enquanto as crianças cantam um louvor alegremente. A um sinal dado pelo líder (apito ou palma) desfazem-se os círculos e cada criança procura o seu irmão. Encontrando-o devem ambos darem as mãos e abaixar-se. O último a fazê-lo será eliminado temporariamente. A brincadeira prossegue formando-se novamente os dois círculos primitivos.

 

CAIXINHA DE SURPRESAS

OBJETIVOS: Despertar e exercitar a criatividade do grupo.

MATERIAL:  Caixinha com tiras de papel onde se deve escrever previamente algumas tarefas engraçadas, som com cd ou gravador.

PROCESSO: Formar um círculo. A caixinha deverá circular de mão em mão, até que o som da música pára simultaneamente.

Aquele que estiver com a caixinha no momento em que a música parar, deverá tirar de dentro da caixinha uma papeleta coma tarefa e executá-la. Continuar a brincadeira até enquanto estiver interessante.

 

OS TRÊS CEGOS

 

1.       Organizam-se filas de 6 a 7 pessoas, de acordo com o número de participantes.
2.       Ao primeiro jogador de cada fila vendam-se os olhos, e o segundo coloca suas mãos por cima do ombro do primeiro, e os seguintes se seguram pela cintura.
3.       A um sinal dado, inicia-se a marcha, sendo conduzidos pelo jogador     que encabeça a fileira, com os olhos vendados.
4.       A meta de cada fila é alcançar a linha de chegada, marcada anteriormente pelo animador.

Corrida da colher com ovos de Páscoa.
     Idade: 5 - 12 anos
    Material: Ovos pequenos de chocolate (no mínimo 1 por criança), colher (1 por equipe), cones (1 por equipe), cestos (1 por equipe) giz.
    Objetivo: Executar habilidades motoras fundamentais de locomoção e estabilização. Realizar trabalho em equipe. Compreender o jogo competitivo.
       Jogando:
  Dividir as crianças em duas ou mais equipes arrumadas em colunas.
  Marcar a linha de saída com giz. Colocar na extremidade oposta os cones.
 As colunas devem ficar atrás da linha, um cesto com ovos de chocolate deverá ser colocado ao lado da primeira criança.
  A criança que estiver na frente deverá pegar um ovo na cesta, colocar na colher e condizir, o mais rápido possível até dar a volta pelo cone e retornar para sua equipe, entregando a colher para o próximo da coluna. E assim sucessivamente. A equipe que terminar primeiro será vencedora.
 Ao final cada criança fica com o ovo que usou na brincadeira.

A careta da cenoura
  Preparação: Cada elemento recebe uma rodela de cenoura, que deverá colocá-la no olho, estando com a cabeça inclinada para trás.
  Desenrolar: Ao sinal de início do jogo, cada jogador, sem usar as mãos, tentará levar a rodela de cenoura até a boca, fazendo movimentos com os olhos, boca e nariz. Cada elemento que conseguir comer a cenoura marcará um ponto.

    Um abração!
    Layse

A Páscoa!

O tempo pascal compreende cinquenta dias (em grego = "pentecostes"), vividos e celebrados como um só dia: "os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo" (Normas Universais do Ano Litúrgico, n 22).

O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até Pentecostes. É a Páscoa (passagem) de Cristo, do Senhor, que passou da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É a páscoa também da Igreja, seu Corpo, que é introduzida na Vida Nova de seu Senhor por emio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes. A origem desta cinquentena remonta-se às origens do Ano litúrgico.

Os judeus tinha já a "festa das semanas" (ver Dt 16,9-10), festa inicialmente agrícola e depois comemorativa da Aliança no Sinai, aos cinquenta dias da Páscoa. Os cristãos organizaram rapidamente sete semanas, mas para prolongar a alegria da Ressurreição e para celebrar ao final dos cinquenta dias a festa de Pentecostes: o dom do Espírito Santo. Já no século II temos o testemunho de Tertuliano que fala que neste espaço de tempo não se jejua, mas que se vive uma prolongada alegria.

A liturgia insiste muito no caráter unitário destas sete semanas. A primeira semana é a "oitava da Páscoa', em que já por irradiação os batizados na Vigília Pascal, eram introduzidos a uma mais profunda sintonia com o Mistério de Cristo que a liturgia celebra. A "oitava da Páscoa" termina com o domingo da oitava, chamado "in albis", porque nesse dia os recém batizados deponían em outros tempos as vestes brancas recebidas no dia de seu Batismo.

Dentro da Cinquentena se celebra a Ascensão do Senhor, agora não necessariamente aos quarenta dias da Páscoa, mas no domingo sétimo de Páscoa, porque a preocupação não é tanto cronológica mas teológica, e a Ascensão pertence simplesmente ao mistério da Páscoa do Senhor. E conclui tudo com a vinda do Espírito em Pentecostes.

A unidade da Cinquentena que dá também destacada pela presença do Círio Pascal aceso em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Os vários domingos não se chamam, como antes, por exemplo, "domingo III depois da Páscoa", mas "domingo III de Páscoa". As celebrações litúrgicas dessa Cinquentena expressam e nos ajudam a viver o mistério pascal comunicado aos discípulos do Senhor Jesus.

As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo na Santa Missa estão organizados com essa intenção. A primeira leitura é sempre dos Atos dos Apóstolos, a história da igreja primitiva, que em meio a suas debilidades, viveu e difundiu a Páscoa do Senhor Jesus. A segunda leitura muda segundo os ciclos: a primeira carta de São Pedro, a primera carta de São João e o livro do Apocalipse.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A vocação de Abraão segundo o Catecismo da Igreja Católica

A.5.10 Vocação de Abraão

§ 59Para congregar a humanidade dispersa, Deus elegeu Abrão, chamando-o "para fora de seu país, de sua parentela e de sua casa" (Gn 12,1), para fazer dele "Abraão", isto é, "o pai de uma multidão de nações" (Gn 17,5): "Em ti serão abençoadas todas as nações da terra" (Gn 12,3)
§ 72Deus escolheu Abraão e fez uma aliança com ele e sua des­cendência. Daí formou seu povo, ao qual revelou sua lei por intermédio de Moisés. Pelos profetas preparou este povo a acolher a salvação destinada à humanidade inteira.
§ 762.A preparação longínqua da reunião do Povo de Deus começa com a vocação de Abraão, a quem Deus promete que será o pai de um grande povo. A preparação imediata tem seus inícios com a eleição de Israel como povo de Deus. Por sua eleição, Israel deve ser o sinal do congraçamento futuro de todas as nações. Mas já os profetas acusam Israel de ter rompido a aliança e de ter-se comportado como uma prostituta. Anunciam uma nova e eterna Aliança. "Esta Aliança Nova, Cristo a instituiu."

Tríduo Pascal


cirio

O espírito quaresmal nos encaminha para a Semana Santa, que precede a Páscoa.

Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa, a Igreja prepara-se para o Tríduo Pascal, contemplando o Servo sofredor. Nesse período, aparecem como figuras eloquentes, Maria, a Mãe de Jesus, Maria Madalena, que perfuma o corpo do Senhor, Pedro e Judas.

Na liturgia romana o Tríduo Pascal é ponto culminante: "não se trata de um tríduo preparatório para a festa da Páscoa, mas são três dias de Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Tem início na celebração da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na missa vespertina, terminando com o domingo de Páscoa". São dias dedicados a celebrações e orações especiais.

Na Quinta-feira Santa comemoramos a última Ceia da páscoa hebraica que Jesus fez com os 12 apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Durante esta ceia, Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio Cristão, prefigurando o evento novo da Páscoa cristã que haveria de se realizar dois dias depois.

O Cordeiro pascal a partir dessa ceia, é Ele próprio, que se oferece num voluntário sacrifício de expiação, de louvor e de agradecimento ao Pai, mareando assim a definitiva aliança de Deus com toda a humanidade redimida do poder do maligno e da morte.

A simbologia do sacrifício é expressa pela separação dos dois elementos: o pão e o vinho, a carne e o sangue, o Corpo e o Espírito de Jesus, inseparavelmente unidos e separados, sinal misterioso ao mesmo tempo de vida e de morte.

Esse evento do mistério de Jesus é também profecia e realização do primado do amor e do serviço na sua vida e na dos que crêem, o
que se tornou manifesto no gesto do lava-pés.

Depois do longo silêncio quaresmal, a liturgia canta o Glória. Ao término da liturgia eucarística, tiram-se as toalhas do altar-mor para indicar o abandono que o Senhor vai encontrar agora; a santa Eucaristia, que não poderá ser consagrada no dia seguinte, é exposta solenemente com procissão interna e externa a igreja e a seguir recolocada sobre o altar da Deposição até a meia-noite para adoração por parte dos fiéis.

Na Sexta-feira Santa a Igreja não celebra a Eucaristia. Recorda a Morte de Cristo por uma celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de preces solenes, adoração da cruz e comunhão sacramental.

A noite do Sábado Santo é a "mãe de todas as vigílias", a celebração central de nossa fé, nela a Igreja espera, velando, a ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos.

A liturgia da Noite Pascal tem as seguintes partes: Celebração da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística.

O Tríduo Pascal termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Na verdade o Cristo ressuscitou, aleluia! A ele o poder e a glória pêlos séculos eternos.

Uma feliz e abençoada Páscoa!

Pe. Ademir Gonçalves, C.Ss. R.

Lava-pés

lava-pes
A quaresma é tempo de fazer "caminho" com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. "Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: "Tudo está realizado" (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções..., também algo para comer.

- Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

- Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

- Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. "Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo" (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

- Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha...

- E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons...

- Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas...

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar: Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
www.portalcatolico.org.br